domingo, 4 de abril de 2010

Aos Onze Minutos.

Que horas são?Maldito relógio, o seu barulho perdurava sem necessidade, agora que preciso de qualquer alento que seja ele cessou. Medidas de tempo...tão maleáveis, às vezes não as suporto, não pelo sua maleabilidade e sim pela falta disso transposta  na maioria das pessoas que têm dois olhos, pulmões etc.Estranhamente humanas, ou simplesmente genéricas?

    Isso não vem ao caso neste momento, preciso saber as horas para que eu conheça a quantidade de tempo que tenho até minha rotina ( e não mais que isso) volte a ocupar toda a minha mente.

   Meu celular está descarregado e não faço idéia de onde deixei o carregador, vou colocar um rastreador nele, nas minhas esperanças e quem sabe eu tire isso das minhas ilusões, chega de persegui-las!

    Onde mais eu posso ver as horas?uhnnn, na TV, claro.É ela que sempre uso como despertador mesmo. Nada melhor do que acordar com uma voz repugnante gritando imundícies aos que tem coragem de tal coisa assistir.Muito bem,finalmente!São 6:49, faltam exatamente onze minutos  para dar adeus às minhas angustias não menos inverossímeis que o dia que me espera.

    O que posso fazer em onze minutos? Morrer pode levar menos tempo, Consciência absurda, não perguntei a você, nem a você,Razão, tenho certeza que suas palavras não são acolhedoras, perguntei às Ilusões, ainda não as deixei ir, nesses segundos restantes eu preciso de sua criatividade.

    A resposta continua sendo a mesma, persistirei vendo as fotos nunca tiradas, relembrando festas não festejadas e amores não amados, ficarei perplexo com jogos não jogados. Preso na vida sem viver é que não agüento. Adeus, longos onze minutos, agora o que me espera são perspectivas, realizáveis ou não, isso só tantos onze minutos me dirão. Otimismo não faz parte de mim. Ilusões, me esperem, voltarei em breve, trazer-lhes-ei mais lembranças de fatos não ocorridos.